Quando falamos em estratégia organizacional, é comum recorrer a benchmarks e aos mais famosos livros de gestão em busca das soluções que "sempre funcionam". Afinal, quem nunca se deparou com as típicas listas de "10 estratégias infalíveis" que prometem resolver todos os problemas? Embora essas listas sejam tentadoras, muitas vezes se revelam decepcionantes quando aplicadas à realidade de cada empresa.
A verdade é que encontrar estratégias em benchmarks e livros é fácil. Eles fornecem ideias rápidas e exemplos de casos de sucesso que nos inspiram. Contudo, a dificuldade surge quando precisamos identificar as estratégias certas para o nosso contexto específico. O que funcionou para outra organização — em um setor diferente, com uma cultura organizacional distinta, em um momento de mercado único — dificilmente será uma solução direta para os desafios que enfrentamos em nosso dia a dia.
Por isso, o segredo não está em copiar as estratégias dos outros, mas em utilizar esses benchmarks e livros como ferramentas de pensamento. Em vez de se concentrar em "adotar as 10 estratégias que sempre funcionam", você deve explorá-los para compreender melhor o cenário, analisar o cerne do desafio e refletir sobre quais possibilidades podem ser relevantes para superar os desafios específicos da sua organização.
Como os benchmarks e livros podem realmente ajudar?
Vamos encarar a realidade: as estratégias dos livros e as práticas de outras empresas não são um "manual de instrução". Elas funcionam melhor como um ponto de partida — algo para provocar insights. Ao analisar os sucessos e fracassos dos outros, você amplia seu leque de referências, descobre formas diferentes de abordar um problema e, principalmente, aprende a identificar o que faz sentido ou não no contexto da sua empresa.
Lembre-se de que benchmarks e estudos de caso são apenas retratos de um momento específico. O contexto dinâmico é o que determina se uma estratégia pode funcionar ou não. Uma prática que foi sucesso absoluto em uma organização de tecnologia na Europa pode ser um fracasso completo em uma indústria brasileira do setor de saúde, simplesmente porque os cenários são distintos.
Portanto, ao se deparar com uma estratégia de sucesso de outra empresa, pergunte a si mesmo:
Qual era o desafio dessa empresa? É similar ao meu?
Qual era o contexto de mercado? Ele é comparável ao meu momento atual?
Quais recursos estavam disponíveis? Tenho acesso a algo semelhante?
Adapte, não copie
O verdadeiro valor dos benchmarks está em adaptá-los ao seu contexto. Não se trata de reproduzir o que foi feito, mas de desconstruir a ideia para adaptá-la ao que funciona na sua empresa, considerando sua cultura, seus desafios específicos e seus objetivos.
Se, por exemplo, você leu sobre uma estratégia de incentivo que uma empresa utilizou para aumentar o engajamento dos colaboradores, faça a si mesmo perguntas como:
"Qual é o verdadeiro objetivo por trás desse incentivo?" e
"Como posso criar algo similar que seja compatível com a minha equipe, meus recursos e meu momento?"
Livros e conversas com outras empresas não são apenas sobre absorver ideias prontas. São uma forma de provocar reflexões, gerar ideias e fomentar debates internos. É através dessas reflexões que você chega à solução ótima para a sua situação.
O Processo Criativo em Três Etapas
Aprender: Estude exemplos e casos de sucesso, e compreenda o contexto em que eles funcionaram.
Refletir: Analise o cerne do problema e veja como aquele caso pode ou não se aplicar ao seu desafio.
Adaptar: Crie uma estratégia ajustada à sua realidade, às suas peculiaridades e às necessidades do seu time.
Dessa forma, benchmarks e livros deixam de ser apenas "receitas de bolo" e passam a ser ferramentas valiosas que você usa para construir algo único e eficaz para o seu negócio.
Não é sobre acumular estratégias que "sempre funcionam". É sobre questionar, adaptar e usar o conhecimento acumulado como trampolim para as melhores ideias que fazem sentido no seu contexto. Assim, você se torna capaz de não apenas replicar práticas de sucesso, mas criar soluções sob medida que realmente impactem positivamente a sua organização.
Gostou desse artigo? Deixe seu comentário compartilhando como você usa benchmarks e livros em sua empresa! Vamos trocar ideias e aprender juntos!
Comentários