As métricas que os líderes escolhem para medir o progresso e avaliar o desempenho de suas equipes exercem um profundo impacto nos comportamentos organizacionais. Elas moldam escolhas, definem prioridades e influenciam ações cotidianas em todos os níveis de uma empresa.
No entanto, as métricas são frequentemente escolhidas sem as devidas considerações sobre os efeitos comportamentais, de acordo com um estudo da Harvard Business School. Executivos assumem que os números "obviamente" medirão o que realmente importa, sem perceber que a própria seleção de métricas envia mensagens claras sobre o que é valorizado. Essas mensagens, por sua vez, moldam o foco e os esforços das equipes de maneiras nem sempre intencionais ou benéficas, conforme relatório do McKinsey Global Institute.
Por exemplo, métricas excessivamente focadas em cortes de custos podem levar as equipes a se concentrar na redução de despesas de curto prazo, em detrimento de investimentos estratégicos e inovação, de acordo com uma pesquisa da Sloan Management Review. Métricas de engajamento de funcionários podem induzir a "senicismo" e "pesquisa de satisfação", em vez de mudanças reais que melhorem a cultura, segundo um estudo da Gallup Organization. E métricas de retenção de clientes podem resultar em abordagens reativas e "engessadas", em vez de personalização e antecipação das necessidades emergentes, de acordo com relatório da Harvard Business Publishing.
Em grande parte, as métricas corretas podem ser tão ou mais importantes do que a estratégia subjacente. Os líderes devem escolher métricas com muito cuidado, pensando nas mensagens que enviam e nos comportamentos indesejados que podem induzir inadvertidamente. Eles devem medir o progresso, não apenas os resultados finais. E devem ser ágeis ao revisar as métricas à medida que as prioridades evoluem.
Com o tempo e a prática, equipes podem tornar-se muito habilidosas em "fazer o que é medido", às vezes em detrimento de outras dimensões cruciais do desempenho e progresso, segundo o Relatório Global de Gestão de Desempenho da Bersin by Deloitte.
Líderes, vocês devem ser extremamente deliberados e criteriosos na seleção das métricas que usam para medir o progresso de suas equipes. Elas moldam comportamentos, definindo prioridades e influenciando ações de maneiras que nem sempre são evidentes ou intencionais. Certifiquem-se de que as métricas escolhidas realmente refletem o que importa - e que não induzem inadvertidamente a comportamentos indesejados ou contraproducentes.
Revisem regularmente as métricas à medida que as necessidades e estratégias evoluem. Estejam atentos aos efeitos que produzem nos focos e esforços dos times. E considerem redefinir ou descartar métricas que deixam de ser úteis ou que podem estar comprometendo a cultura e os objetivos mais amplos.
Lembrem-se de que as métricas não definem apenas desempenho ou resultado - elas moldam a cultura. E uma cultura forte e vibrante é o determinante mais crucial do sucesso organizacional a longo prazo. Portanto, escolham suas métricas com o mesmo cuidado com que cultivam a cultura que desejam ver florescer. Certifiquem-se de que as mensagens que enviam realmente reforçam os valores e o propósito que desejam que guiem os comportamentos.
Em última instância, métricas e cultura devem se reforçar mutuamente, não se opor. Com reflexão e prática contínuas, os líderes podem alcançar essa sincronia essencial - e construir organizações onde pessoas e números trabalham juntas para o progresso real. Cuidem bem de ambos, e ambos se tornarão parceiros poderosos em vez de forças adversas.Métricas e cultura são as duas faces da mesma moeda.
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